"A crise também aguça a necessidade. Se alguém tinha dúvidas se deveria fazer um site e comércio online, esta crise mostrou que tem mesmo de fazer e quanto mais cedo o fizer melhor", diz Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI, em entrevista especial ao Jornal de Negócios, no âmbito do relançamenrto do programa Comércio Digital.
O ponto de situação em abril, com dados pré-covid, mostrava que, nas cidades onde a iniciativa realizou 50 sessões de um roadshow nacional, "se verificara um maior número de registos de domínio.pt e a criação de novos sites". Adianta que "um número significativo de empresas, que não passou pelo roadshow, ouviu falar no programa, acedeu ao site, foi impactado pela publicidade, pela informação nos jornais, na televisão, na rádio" e que "cerca de 25% das empresas de comércio e serviços conheciam o projeto".
"O projeto Comércio Digital teve uma vasta penetração nas micro, pequenas e médias empresas. Muitas manifestaram interesse depois de ouvirem falar do programa, ficaram mais sensíveis, perceberam a relevância de estar online, e a intenção de se digitalizarem tinha aumentado significativamente”, explica Alexandre Nilo Fonseca.
A conclusão era muito positiva, reforçava a ideia de que, tendo ainda um ano de projeto pela frente e 100 sessões por realizar, o modelo estava a funcionar e que era útil e relevante. Estava planeado para 7 de abril de 2020 fazer o lançamento de 50 espaços de apoio ao Comércio Digital em associações de comércio, mas “nos dias de hoje é impensável”, sublinha o presidente da ACEPI, que admite que tudo mude dentro de quatro ou cinco meses e se possa reforçar de novo o modelo presencial.
Alexandre Nilo Fonseca considera que este período de confinamento devido à covid-19 alterou a forma como os consumidores utilizam a internet, com maior recurso às compras online, ao homebanking e aos serviços online. "Há mais portugueses a usar o digital e a fazer compras online", refere, destacando que houve também uma transição em termos de maturidade, com os utilizadores básicos a desenvolverem competências mais avançadas de acesso a mais serviços e a comprar mais em sites nacionais.
Do lado das empresas houve necessidade de preparar as operações, com a área alimentar e a eletrónica a crescer muito neste período. "Houve um aumento da oferta digital portuguesa e o desenvolvimento do comércio eletrónico de proximidade, com o aparecimento de market places setoriais e mais comerciantes a disponibilizar pagamentos eletrónicos", sublinha.
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O Comércio Digital é um programa da ACEPI, cofinanciado pelo Compete 2020, Portugal 2020 e EU-FEDER, dirigido às micro, pequenas e médias empresas portuguesas, do setor do comércio e dos serviços de proximidade.