São vários os dados recentes que apontam para um crescimento significativo do ecommerce no âmbito europeu, em resposta à pandemia de COVID-19. A mesma tendência aplica-se também aos pagamentos sem contacto. Para Portugal há mesmo quem fale em números recorde.
Segundo dados do Eurostat, no passado mês de março, as compras online na Europa aumentaram 11,9% face a igual período do ano passado.
Já a Mastercard, empresa parceira da ACEPI e do Comércio Digital, revela que o ecommerce superou todas as expetativas desde que se iniciaram os períodos de confinamento em toda a Europa, baseando-se num estudo realizado em 15 países europeus.
Em Portugal, 54% dos inquiridos estão a fazer mais compras online do que antes e 30% refere também que está a gastar mais dinheiro em experiências virtuais comparativamente início do ano. Entre essas opções estão, por exemplo, a subscrição de canais de filmes (preferência de 59%), de receitas de culinária (40%) ou de aulas de fitness (33%).
Os dados revelam ainda que os livros (30%), os utensílios de cozinha (21%) e as tintas para o cabelo (16%) estiveram entre os produtos mais populares na quarentena.
No domínio do entretenimento, as opções foram para espetáculos de música online (49%), passatempos (46%), videojogos (36%), espetáculos de standup (34%) e visitas a museus ou lugares de interesse cultural (27%).
Um em cada quatro portugueses fez ainda doações online para causas solidárias.
Este período também foi aproveitado para a aquisição de novas competências, através de cursos online, em áreas tão distintas como aprender a cozinhar (35%), aprender uma nova língua (21%), aprender a filmar (15%), aprender a desenhar (13%), aprender a programar em computador (12%), aprender a fotografar (12%) ou, até, a aprender a dançar (11%) ou aprender a tocar um instrumento (8%).
Ao nível dos bens essenciais de consumo, o estudo da Mastercard alinha com a tendência e mostra que a compra online destes produtos também registou um aumento considerável, com 42% dos portugueses a confirmar que passou a adotar esta modalidade durante o período de confinamento.
A pesquisa revelou, ainda, que os hábitos de compra online espelham os comportamentos da vida real, com 95% dos portugueses a afirmarem que usam o seu tempo à procura das melhores oportunidades e preços mais baixos.
Por outro lado, 73% dos portugueses revela que o preço é o elemento mais importante na decisão de compra e os mesmos 73% dizem que chegam a criar listas de compras, mas que depois não adquirem todos os produtos selecionados. 56% considera, ainda, que a velocidade é o fator mais importante nas compras online e 41% sublinha que, mesmo online, prefere as marcas onde é cliente da loja física.
Pagamentos sem contacto também crescem
A par das compras online, os portugueses também acentuaram outros hábitos de consumo face à pandemia de COVID-19, nomeadamente a escolha de meios de pagamento sem contacto.
Os dados mais recentes da SIBS, empresa que também patrocina o programa Comércio Digital da ACEPI, têm destacado um aumento significativo do peso do MBWay quer compras na rede Multibanco, já que permite o pagamento “sem contacto”, quer nas compras online.
A subida exponencial da adesão das empresas aos pagamentos por referência multibanco também é demonstrativa da acentuada procura do ecommerce durante o surto de COVID-19. De acordo com a IfThenPay, em março último chegou a registar-se uma subida da média normal de oito adesões de empresas por dia para as 24.
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